Adriana Meis é uma outra face de Adriana Tulio Baggio, assim como Adriano Meis foi a outra face de Mattia Pascal, o personagem de Luigi Pirandello.

Essa outra face não é secreta como a de Pascal. Também não é uma face que diz e faz coisas que a outra não tem coragem. É mais como uma filial: uma subsidiária da minha atividade principal, a acadêmica, e menos sujeita às prescrições desta.

E, de fato, Adriana Meis é também o nome fantasia da minha empresa MEI (sacou?), por meio da qual eu presto serviços editoriais e de ensino.

Adriana Meis é a filial na qual a professora e pesquisadora distribui crônicas e ensaios* que não cabem em um periódico científico, ou que não querem esperar a decisão editorial de jornais e revistas de circulação geral para serem publicados.

Adriana Meis, ao evocar o duplo de Mattia Pascal, diz também sobre a minha trajetória profissional e intelectual diversificada, mais horizontal do que vertical, mais multidisciplinar do que especializada. É uma reivindicação ao reconhecimento e valorização da pluralidade.

"O que você faz?" é uma pergunta para a qual não tenho uma resposta simples, uma unique selling proposition. Eu poderia dizer que trabalho com textos, incluído aí o sentido semiótico: o de suporte da manifestação do discurso, o que vai muito além da linguagem verbal. Produzo textos, melhoro textos, investigo textos, e ensino as três coisas.

Mas, se for responder de modo tradicional, sai assim: eu sou professora universitária, pesquisadora e escritora acadêmica. Sou editora, preparadora e revisora de textos. Sou tradutora italiano-português. E já fui redatora publicitária.

Como professora, pesquisadora e intelectual, minhas áreas de interesse são a comunicação, a semiótica, a linguística, a literatura, a tradução, a italianística; os estudos de gênero, a moda, o espaço urbano, a cultura alimentar; e, mais recentemente, a história do livro, os arquivos, a biblioteconomia.

Apesar de reivindicar um perfil mais horizontal do que vertical, minha formação é bastante profunda. Só que, em vez de ir sempre "direto", eu vou adiante e retorno, pego algumas transversais, depois um atalho, e sigo em frente em zigue-zague, porque tem coisas que a estrada principal não mostra.

É assim que eu me formei em publicidade e propaganda nos anos 1990, fiz uma especialização em marketing ainda nessa década, e depois outra em criação publicitária no início dos anos 2000.

Ainda no começo dos 2000 fiz um mestrado em letras, como foco na semiótica discursiva. Em 2015 conquistei meu diploma de doutorado em comunicação e semiótica e, em 2017, iniciei um pós-doutorado em tecnologia e sociedade e uma nova graduação, agora em letras-italiano.

Hoje, 2022, estou concluindo um "adicional" da graduação em letras para obter também a habilitação em português, e, em paralelo, desenvolvo um outro estágio pós-doutoral, agora em história. Estou pesquisando a coletânea de biografias femininas De mulieribus claris, escrita por Giovanni Boccaccio no século XIV.

Adriana Tulio Baggio e Adriana Meis nasceram em 1974 em Curitiba, no bairro de Santa Felicidade. Já moraram em João Pessoa (2001 a 2003) e também, brevemente, em São Paulo (2011) e em Bolonha (2013). Vivem hoje em Curitiba.

Boa parte dessa trajetória está documentada nos seguintes espaços: currículo Lattes, Orcid, Academia.edu, Research Gate (acadêmicos); Digestivo Cultural (procure por Adriana Baggio na caixa de busca avançada), O Expresso, Jornal Cândido.

No final do livro de Pirandello, Mattia Pascal abandona Adriano Meis e volta para sua cidade, onde vai trabalhar em uma biblioteca. Pela veneração que tenho por esse espaço, até nisso talvez o pseudônimo me caia bem.

Curitiba, 18 de março de 2022.

*Se quiser citar algum dos textos publicados neste blog, peço que referencie com autoria de Adriana Tulio Baggio e Adriana Meis como título do periódico. Nas normas da ABNT, fica assim:

BAGGIO, Adriana Tulio. [título do texto]. Adriana Meis, [dia] [mês] [ano]. Disponível em: [url do texto]. Acesso em: [data de acesso ao texto].